A mulher 2.0 e os seus desafios
Não é mais novidade para ninguém que as mulheres ascenderam pessoal e profissionalmente, ocupando cargos que antes eram dominados pelo sexo masculino. O movimento feminista muito teve a ver com essas conquistas materiais, mas as mulheres realmente tem o reconhecimento que merecem?!
A coach de carreiras Madalena Feliciano, mãe de cinco filhos, empreendedora e diretora de duas empresas, a Outliers Careers e o Instituto Profissional de Coaching, diz que as mulheres ainda precisam lutar muito pelo que querem. “A desigualdade salarial ainda é presente no mercado. Mas uma pesquisa realizada pela economista Linda Babcock, diz que 57% dos homens negociam seus salários iniciais, enquanto apenas 7% das mulheres fazem isso. Mas porque não? Se você também é uma profissional e sabe o seu valor, precisa se impor. Então, eu acho que muito desses obstáculos ainda são impostos por nós mesmas”, diz.
Por isso, de acordo com a especialista, no âmbito profissional, para obter sucesso em uma profissão é preciso gostar do que faz, amar a função que exerce. “A maioria das mulheres de sucesso são apaixonadas pelo que fazem – e isso não é coincidência. Quando você não ama o que faz, é difícil manter-se motivado para progredir, inovar, se destacar no mercado de trabalho e exigir uma remuneração de acordo, porque você sabe o seu valor”, acrescenta.
Madalena sente na pele como é ser uma mulher de sucesso dedicada à carreira e, ainda assim, mãe de família – e, admite, nem sempre é fácil. “A chave para poder ter excelência nos dois lados da vida, é ter humildade para reconhecer a hora de pedir ajuda. Para focar na carreira, a mulher precisa sim do apoio familiar – pais, marido e até dos filhos. Nós, mulheres, temos o hábito de querer assumir o controle e fazer tudo. Mas isso não é bom para a nossa saúde física e mental.
É cada vez maior o número de mulheres que optam por não ter filhos ou por engravidarem apenas depois dos 30 ou 35 anos, quando já possuem uma carreira estável e/ou um relacionamento que lhes traga segurança. “A mulher precisa lembrar que não existe certo ou errado: é tudo uma questão de escolha. Se optar por não ter filhos, tudo bem; se optar por ter filhos, tudo bem também. É clichê, sim, mas a única coisa que importa é que ela se sinta feliz e satisfeita consigo mesma nos âmbitos pessoal e profissional”, exalta Madalena.
“Caso a mulher decida pode dedicar-se somente à maternidade por um tempo e depois retornar para a ‘vida social’ por meio de algum curso – como de idiomas, por exemplo, – para que possa conhecer pessoas novas e trocar experiências, ideias e tenha novos assuntos em mente, além da maternidade”, explica a coach.
Madalena conclui, dizendo que as barreiras estão sendo vencidas com o tempo, mas isso só acontece porque as mulheres estão “dando a cara à tapa”. “Nós estamos mostrando de forma prática que somos eficientes, responsáveis e não só boas profissionais, mas seres humanos que não tem mais escolhas limitadas e podem fazer o que bem entenderem. Só assim iremos nos destacar no trabalho e em casa, nos impondo e fazendo com que nossas vozes sejam ouvidas”, finaliza.
Madalena Feliciano
Diretora IPC Coaching
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